Com a entrada de um novo ano, começar a poupar dinheiro é, por norma, uma das resoluções mais populares. No entanto, grande maioria das pessoas falha na hora de pôr o seu plano em prática. Na escola não aprendemos acerca da verdadeira importância de poupar e poucos de nós cresceram com esse hábito.
Para muitos Portugueses, a ideia de começar a poupar torna-se difícil à medida que o ano se desenrola e vão surgindo despesas inesperadas. Ainda assim, cada vez mais famílias portuguesas dão importância aos planos de poupança, pois segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) “a taxa de poupança das famílias portuguesas subiu para 6,2% do rendimento disponível no terceiro trimestre de 2019”.
Por isso, se ainda não faz parte deste grupo ou não sabe por onde começar, siga estas sete dicas para poupar em 2020.
O principal objetivo pelo qual poupamos é simples: não conseguimos prever o futuro. Ao adotar medidas de poupança poderá tornar-se financeiramente seguro e construir uma rede de segurança para qualquer emergência que possa surgir.
Assim, seja qual for o seu objetivo de poupança, para conseguir fazê-lo de forma eficiente é necessário começar por identificar as suas prioridades financeiras:
Almofada de emergência: obras em casa, despesas médicas inesperadas ou desemprego;
Reforma: seja porque pretende reformar-se aos 45 anos ou porque quer acrescentar um suplemento à sua reforma. Há também quem defenda que a Segurança Social acabará por não conseguir assegurar as reformas dentro de poucos anos, o que também pode ser motivo para começar já a pensar no seu futuro;
Educação: os custos das instituições de ensino públicas e privadas aumentam todos os anos, portanto, garantir a educação dos seus filhos pode passar por estabelecer um plano de poupança. Em simultâneo, deverá também pensar num Seguro de Vida, por Morte ou Invalidez permanente, ou Antecipação do Capital e/ou Renda em caso de diagnóstico de uma doença grave. Nunca é demais prevenir!
As prioridades variam de pessoa para pessoa. Assim, quanto mais cedo identificar quais são as suas prioridades financeiras, mais depressa vai encontrar a sua motivação e começará a poupar.
Para começar a poupar dinheiro, precisará de controlar os seus rendimentos e as suas despesas. Comece por fazer um mapa mensal onde constem os seus rendimentos e as suas despesas e que lhe permita facilmente identificar quanto dinheiro tem disponível após pagar as despesas obrigatórias, como a renda, supermercado, combustível ou outras.
Deste modo, face ao seu rendimento conseguirá perceber facilmente qual a percentagem que as despesas fixas ocupam no seu orçamento mensal e qual o montante que tem disponível para despesas adicionais e, principalmente, para poupar.
Desta forma, consegue encontrar um valor mais ou menos fixo para poupar todos os meses.
Apesar de não ser obrigatório por lei, os bancos obrigam à contratação de um seguro de vida para concederem um crédito habitação. Portanto, a menos que não precise de contrair um empréstimo bancário para comprar casa, acaba por ter sempre que contratar um seguro de vida.
A boa notícia é que já não é obrigatório contratar ou manter o seu seguro de vida do crédito habitação na seguradora do seu banco. Em cerca de 80% das situações, mudar de seguradora não agrava o spread e, nos restantes casos, a poupança (que pode chegar a 60% por mês) acabará por compensar um eventual aumento da taxa de spread.
Faça as suas contas ou fale com um consultor de seguros que o possa ajudar a perceber quanto e como pode poupar mensalmente.
Poupar também é sinónimo de mudar de hábitos e nada melhor do que o início do ano para o fazer. Quando elaborar o seu mapa de despesas mensal irá perceber que grande parte do seu rendimento disponível é alocado a deslocações – seja com transportes públicos ou automóvel.
Para além dos custos com a compra do automóvel, seja capital próprio ou crédito automóvel, temos que considerar também os valores mensais para combustível, a manutenção, os impostos anuais e o estacionamento. No caso da bicicleta ou trotinete, apenas gastará o equivalente ao preço da mesma, manutenções esporádicas e um seguro de acidentes pessoais que, apesar de não ser obrigatório, é recomendado.
Este cálculo que irá agora fazer já alguns portugueses fizeram e é por isso que temos assistido a um boom na área da micromobilidade, nomeadamente dentro das grandes cidades. Desde bicicletas a trotinetes, existem cada vez mais adeptos das alternativas de micromobilidade e mobilidade suave em Portugal, que se juntaram ao movimento por motivações várias mas uma delas foi, com certeza, poupar.
Minimalismo é uma das grandes buzzwords do momento, que se tornou bastante popular em Portugal pelas mãos de Marie Kondo, escritora japonesa, especialista em organização pessoal.
Mas afinal, o que é o minimalismo e como pode permitir-lhe poupar dinheiro mensalmente?
O minimalismo é “uma ferramenta que o ajuda a livrar-se dos excessos mundanos e focar-se apenas no que é realmente importante – e, assim, encontrar felicidade, sentido de realização e liberdade”. Ao adoptar um estilo de vida minimalista começará a valorizar experiências em vez de objetos, a reconhecer necessidades e não desejos, e a valorizar qualidade em vez de quantidade.
Assim, sem a vontade compulsiva de gastar, terá mais dinheiro disponível na sua conta bancária quase sem esforço, mas também conhecerá as suas prioridades e irá preferir poupar dinheiro para a sua próxima experiência em vez de comprar algo que representará simplesmente uma gratificação instantânea.
Hoje em dia já são poucas as empresas que oferecem um serviço de cantina aos seus colaboradores, pelo que o cartão refeição tem vindo a generalizar-se. Se recebe um valor diário para almoçar, tem sempre duas opções: ou come fora do local de trabalho, como num restaurante, ou leva comida de casa.
Os cálculos de poupança a fazer são bem simples: cada refeição fora de casa irá custar-lhe, em média, dez euros. Se optar por esta modalidade durante todo o mês, irá gastar cerca de 220 euros em almoços. O valor diário no caso de ter um cartão ou vale refeição é de 7,63 euros, o que significa que mais de 50 euros por mês sairão do seu rendimento mensal.
Se depois de ler este artigo decidir juntar-se ao “gangue da marmita”, porque não começar a alocar esses 50 euros mensais ao seu plano de poupança? Vai ver que não custa nada e tornar-se-á mais saudável também!
É muito fácil tornarmos o cartão de crédito um hábito cada vez que temos o impulso de comprar algo. Com a crescente generalização dos serviços de subscrição, como o Netflix, e com o comércio online, como a Amazon, a utilização do cartão de crédito tornou-se uma banalidade bastante perigosa.
Com um cartão de crédito é muito fácil perdermos a noção do custo real do que compramos, uma vez que não “sofremos” imediatamente com o débito do seu valor na conta. E quando começamos a utilizar o cartão de crédito para pagar pelas despesas diárias, o risco de incorrer em dívidas sérias aumenta exponencialmente.
Uma das primeiras medidas a tomar para perder este hábito é esconder o seu cartão de crédito. Se utilizar, por norma, o cartão fora de casa, deixe-o propositadamente em casa. Caso o utilize maioritariamente em casa, esconda-o dentro de uma gaveta. Conhece o ditado “O que os olhos não veem o coração não sente”?
Quer seja poupar para viajar, poupar para investir, ou para garantir um futuro mais seguro, crie o hábito de respeitar o seu dinheiro e lembre-se: pequenas poupanças poderão representar grandes conquistas no futuro.
Ao adotar estas sete dicas, estará, com certezza, no caminho certo para começar a poupar para 2020.